Faça-se a luz: divagações sobre C & T
Como a maioria sabe, e como já foi discutido rapidamente nesse blog em outro post, a tsunami que atingiu os continentes asiático e africano no final de 2004 teve seu epicentro em uma distúrbio sísmico no meio do Oceano Índico, que deslocou enormes quantidades de água e culminou na formação da onda gigantesca que arrasou os litorais que a receberam. Apesar de todo desenvolvimento científico e tecnológico, não havia como impedir o fato, assim como não temos nenhuma possibilidade de diminuir o período de rotação da Terra e esticar o dia em mais algumas horas. Mesmo reconhecendo a implacabilidade de um evento geológico de tamanha intensidade, a tragédia humana não era inevitável. A falta de perspectiva científica dos governantes e autoridades locais, unida à ausência de assessoria técnica adequada e ao pouco (ou nenhum) investimento no desenvolvimento tecnológico, contribuiu de forma decisiva para o desastre anunciado, levando à perda de milhares de vidas humanas. Nada leva a crer, no entanto, que casos semelhantes não voltarão a acontecer em um futuro próximo.

Abalos sísmicos e eventos naturais como a erupção de vulcões e a passagem de tornados podem ser previstos com uma certa margem temporal de segurança, na maioria das vezes suficiente para a evacuação das potenciais áreas de maior impacto. Cenas como essa são comuns em países com larga experiência nesse tipo de questão, como os Estados Unidos e o Japão. A ciência bem utilizada teria o poder de transformar o ocorrido. Esperar apenas que o profeta aponte os caminhos e garanta a salvação é um comportamento, no mínimo, ingênuo e, sobretudo, perigoso.

A recente passagem de furacões de grande intensidade pelo litoral caribenho e sul dos Estados Unidos também mostra como a ciência bem aplicada e levada a sério, com investimentos maciços em tecnologia e informação, pode ser o diferencial entre o bem estar e a morte para a nossa espécie. Em 2005, os furacões Katrina e Rita, especialmente o primeiro, praticamente arrasaram a região mais pobre da América do Norte, deixando a capital do jazz, Nova Orleans, submersa, e outras cidades destruídas quase que por completo. Mais uma vez, sabia-se com antecedência o caminho dessas espirais mortais desde sua formação no meio do Oceano Atlântico e com que grau de destruição elas atingiriam o país. O acompanhamento das mudanças de rota dos furacões foi feito, minuto a minuto, por instrumentos meteorológicos e torres de

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