Testando as Amostras Quanto à Passagem da água


Sequência 2: Reconhecendo os diferentes tipos de solo

Objetivos

Perceber as características dos diferentes tipos de solo.
Observar, reconhecer e categorizar amostras de solo com base em suas semelhanças e diferenças.
Testar o comportamento do solo quanto à presença de água e ar.
Material

Garrafas pet de 2L (Uma para cada amostra de solo)
Pratinho plástico ou outro recipiente para coletar a água.
Tesoura
Regador (Item opcional)Prego (Item opcional)
Vela (Item opcional)
Fósforo (Item opcional)
Copo descartável transparente (Item opcional)
Água
Início



Figura 1 - Abril 2004

Este é o primeiro teste efetivamente feito com as amostras para analisar uma importante característica, sua permeabilidade à água. Em outras seqüências deste módulo, as discussões realizadas a partir das conclusões desta aula serão bastante importantes.

Para começar a discussão a professora pode levantar com os alunos algumas questões como o que acontece em um dia de chuva? Logo que a chuva pára já está tudo seco outra vez? Quem já observou o que acontece quando chove em um campo de futebol? E no asfalto? Para onde vai a água que fica parada nas poças depois de algumas horas? Ajude as crianças a perceberem que o que ocorre com a água depende muito do terreno abaixo da poça. Se trata-se de asfalto impermeável, ela apenas pode evaporar, o que demora um pouco mais. E se for areia? E se forem solos de diferentes tipos?

Colocando a mão na massa

Este é o objetivo do experimento, testar qual a capacidade que cada amostra de solo tem de absorver a água e deixá-la passar quando ela é colocada sobre ele. Mas antes de iniciá-lo efetivamente, peça às crianças que tentem imaginar o que vai acontecer a cada uma das amostras. Será que a água vai passar totalmente, parcialmente, ou não vai passar? Diga para anotarem as informações do grupo para que possam discutir os resultados comparando-os com as hipóteses durante a discussão coletiva. Uma sugestão é uma tabela simples como a apresentada ao final da atividade.

Para realizar o experimento, distribua para cada grupo algumas das amostras de solo disponíveis e uma garrafa pet para cada uma delas. A primeira coisa a ser feita é transformar a garrafa em um copo, para facilitar o trabalho. Com um objeto pontiagudo a professora faz um corte, deixando que os alunos completem a retirada da parte superior da garrafa onde ela torna-se mais estreita.

O mesmo objeto pontiagudo pode ser utilizado pelo professor para fazer furos na parte inferior da garrafa para que a água que passar pelo solo possa ser coletada. Entretanto, se houver tempo para preparar a atividade, o professor pode utilizar o prego esquentado-o na vela e fazendo furinhos abaixo, para otimizar a passagem da água e melhorar a precisão do experimento.

Depois, todos devem colocar em cada uma das garrafas uma mesma quantidade de solo, por exemplo, dois copos ou canecas destas utilizadas para merenda na escola. O solo não deve ser batido, apertado ou algo assim. No entanto, não deve haver folga para a passagem da água sem interagir com a amostra nos cantos.

A quantidade de água também deve ser a mesma para todos, por exemplo uma caneca igual a que serviu de medida para a quantidade de solo. Se for possível despejar a água com a ajuda do regador, isso será melhor. Mas isto pode ser facilmente substituído por um pacote plástico com água dentro, que receba alguns furinhos. O efeito é o mesmo, distribui a água que deve ser despejada no solo. Se jogada totalmente em um único lugar, a pressão causada pela água pode forçar a passagem através do solo. Caso não haja um regador disponível, peça apenas que as crianças tomem cuidado ao colocar a água distribuindo-a ao máximo e lembre-as de colocar o pratinho embaixo da garrafa antes de despejar a água.

Depois de despejar, peça que as crianças observem o que vai acontecendo enquanto aguardam a passagem da água. Em alguns minutos algo já deve ter acontecido, principalmente nas amostras que oferecem menos resistência à água, e ela já pode ser recolhida e armazenada, preferencialmente em um copo descartável transparente para que possa ser comparada com os outros resultados que podem demorar um pouco mais.

Peça ainda que observem e anotem o aspecto do solo depois do experimento, inclusive colocando as pontas dos dedos e sentindo a consistência adquirida. Peça que anotem também o aspecto da água que passou através do solo. Será que sujou? Há água depositada acima da amostra que nem mesmo penetrou no solo?

Sobre todos estes pontos o professor pode pedir que as crianças façam uma previsão antes de iniciar a atividade.

Discussão

Mais uma vez os grupos mostram aos colegas os resultados obtidos com o experimento, inclusive relatando quais eram as expectativas antes de fazer o experimento e se o resultado surpreendeu ou não.

Este é o momento para que, caso vários grupos possuam amostras iguais, o professor possa contrapô-las para ver se os resultados são equivalentes e, se não forem, refazer o experimento com o grupo, investigando o que houve.

Também é aqui que o professor pode retomar a conversa inicial, dizendo que na natureza, quando chove, acontece a mesma coisa. Alguns solos permitem a passagem de boa parte da água, retendo apenas um pouco que usam para sua própria nutrição. Como abaixo da camada de solo há outras mais impermeáveis, esta água acaba ocupando todos os poros do solo dando origem à água subterrânea, que é justamente a água que se encontra nos poros do solo (ou sub-solo), na zona saturada, ou seja, na zona em que todos os poros estão ocupados com água, em oposição a zona sub-saturada, onde os poros estão ocupados com água e/ou com ar. Essa zona saturada constituirá o que muitos chamam de lençol freático. Eles são responsáveis por alimentar muitas nascentes e rios e, também, é neles que está a maior parte da água doce que utilizamos e que vemos circulando nos rios, para onde acabam fluindo depois de percorrer longos caminhos pela porosidade dos solos.

Outra questão a ser discutida é a impermeabilidade do concreto e do asfalto. Como exemplo, procure um local na escola onde haja um superfície de concreto como uma quadra e leve os alunos para que o experimento seja reproduzido. Lá, derrame a mesma quantidade de água e pergunte, será que ela vai infiltrar-se? Se a resposta não ficar clara, peça para que as crianças imaginem um tanque de concreto com água dentro. Será que ela vai atravessar ou ficar lá dentro? Essa é uma das razões de haverem tantas enchentes nas cidades, o fato de grande parte do solo ser impermeabilizada faz com que a água não consiga escoar pelo solo, acumulando-se rapidamente na superfície quando há uma grande tempestade. Mas, não é só isso, há ainda o lixo jogado em locais inadequados que é levado pela água da chuva e cobre bueiros, o escoamento e saídas d’água.

Há ainda a questão da erosão, vinculada também à relação entre solo e água, mas isso apenas deve ser discutido neste momento se as crianças perguntarem. Haverá um momento particular para o assunto.

Lembre-se também que é na discussão coletiva que o professor, em conjunto com o grupo, define o formato e a informação que deve ser acrescentada no painel coletivo a cada nova atividade experimental.

Síntese escrita

Por tratar-se de uma aula com atividade experimental, a primeira coisa a fazer é descrever o que foi feito passo a passo, principalmente a parte da experimentação em si e as conclusões a que o grupo chegou observando. Será interessante se, após isso, as crianças executarem atividades e a posteriori retomar a questão das enchentes ou discutir notícias que tenham lido no jornal ou ouvido no rádio e TV. Isto pode acontecer tanto através de uma pesquisa que complemente o registro como por meio de uma colagem, desenho ou outra atividade artística alusiva ao tema.

Sugestões

Como já testamos à presença de diversos componentes nas amostras de solo, podemos também observar a presença do ar em um experimento extremamente simples. Em um copo de água transparente, as crianças devem colocar um pequeno torrão de solo, de forma que fique totalmente submerso. Assim que ele cair, devem observar com grande atenção o que acontece. Pequenas bolhinhas saem da amostra, o que prova que havia ar armazenado em orifícios internos que existem entre as partículas da amostra. Assim que a água entrou, ocupando seu lugar, expulsou essas pequenas quantidades de ar, que saem em forma de bolhas que sobem até a superfície do copo ou permanecem presas às paredes.

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